O agrupamento
A Escola Secundária Carlos Amarante (ESCA), escola não agrupada, tem as suas raízes na Escola de Desenho Industrial criada por diploma régio em 11 de dezembro de 1884, tendo sido inaugurada, um ano depois, pelo rei D. Luís I.
Por decreto régio de 23 de fevereiro de 1889, passou a designar-se Escola Industrial de Braga e, em 1891, recebeu a designação de Escola Industrial Frei Bartolomeu dos Mártires, em homenagem ao Arcebispo Dominicano quinhentista. Supõe-se que, por esta altura, a Escola tenha mudado para as instalações da seiscentista Casa da Torre, atualmente situada no Largo Paulo Orósio.
Era pretensão da Escola incluir o ensino da escrituração comercial, o que viria a ser  reconhecido em 1914, com a fundação do Curso Elementar do Comércio (Decreto de 30/6/1914).
Com nova vocação comercial a juntar à anterior, industrial, o número de alunos da Escola Industrial e Comercial Bartolomeu dos Mártires foi aumentando, recebendo, na década de 50, alunos provenientes de todos os concelhos limítrofes de Braga.
Além do Curso de Comércio, distinguiram-se os cursos de “Carpinteiro e Marceneiro” e “Costura e Bordados”. A criação do ensino comercial conduziria ao estabelecimento, em 25 de agosto de 1948, de duas escolas distintas: a Escola Técnica Elementar Bartolomeu dos Mártires e a Escola Industrial e Comercial Carlos Amarante. Ficaram a compartilhar o mesmo espaço, no novo edifício público da rua do Castelo, para onde se tinha transferido, no ano de 1936, a Escola Industrial e Comercial Bartolomeu dos Mártires. Com a reforma de 31 de maio de 1951, as duas escolas voltaram a fundir-se sob a designação de Escola Comercial e  Industrial de Braga. Desde a sua transferência para a Rua do Castelo, o funcionamento encontrava-se repartido por dois polos: o da rua do Castelo e o da cangosta dos Congregados, onde a Câmara Municipal de Braga deliberara edificar a nova Escola, em finais de 1880, ficando o projeto inconcluso.
O projeto de construção de uma nova Escola de raiz avançou no ano de 1953 e a inauguração do edifício na atual localização, na Rua da Restauração, ocorreu no mês de maio de 1958.
Inauguradas estas novas instalações, manteve-se em funcionamento a secção do ensino   comercial na rua do Castelo. Mais tarde, em 1972, foi criada a Escola Comercial Alberto Sampaio que foi transferida, em 1981, para a atual localização.
Com a unificação do ensino secundário, definida pelo Decreto-Lei nº 80/78, de 27 de abril, a antiga Escola Industrial tomou a designação de Escola Secundária Carlos Amarante.Agrupamento de Escolas de Gualtar
A emergência do conceito de território educativo, no início da década de noventa, introduz, no sistema educativo nacional, uma nova dinâmica organizacional dos estabelecimentos de ensino públicos. Ganha especial dinâmica a associação de estabelecimentos de ensino em torno de um Projeto Educativo comum (regime de autonomia, administração e gestão, instituído pelo Decreto-Lei nº 43/89, de 3 de fevereiro).
Desde 1995, assistimos a formas de trabalho colaborativo entre as EB1 da Lameira e a EB2,3 de Gualtar que, em parceria com outras instituições, se associaram no desenvolvimento de projetos comuns. No entanto, é o “Pacto Instituinte”,  aprovado a 14 de maio de 1997, pelo Conselho Pedagógico da EB 2,3 de Gualtar, e subscrito voluntariamente, a 30 de maio do mesmo ano, pelos JI de Bouça e Areias de Baixo e pelas EB1 de Lameira, Igreja, Bela Vista e Pidre, que funda e institui a Associação de Escolas da Nascente do Este (AENE).
A partir do ano letivo de 2000/01, integram a Associação de Escolas da Nascente do Este todas as unidades educativas do ensino público pré-escolar e dos 1º, 2º e 3º ciclos, dependentes do Ministério da Educação, situadas nas freguesias de Gualtar, Este S. Pedro, Este S. Mamede, Crespos, Pousada, Navarra e Santa Lucrécia que, a 7 de julho de 2000, veem nascer o seu Projeto Educativo.
O ano letivo de 2003/04 é marcado por uma nova realidade que determina o fim da Associação de Escolas da Nascente do Este e o início do Agrupamento Vertical de Escolas da Nascente do Este, assumindo a sigla AVENE. Por despacho ministerial, a partir de 1 de setembro de 2003, é redefinido um ordenamento do território educativo do agrupamento, passando a integrar o AVENE todos os estabelecimentos de ensino da rede pública do Ministério da Educação, localizados nas freguesias de Gualtar (JI de Bouça, EB1 Braga nº 27 – Lameira e EB 2,3 de Gualtar – escola sede do AENE), Este S. Pedro (JI Areias de Baixo e EB1 de Braga nº 30), Este S. Mamede (JI de Pidre e EB1 de Pidre), Espinho (EB1/JI do Salgueiral), Pedralva (JI de Gulmeira e EB1 de Codeçosa) e Sobreposta (JI da Igreja, EB1 de Outeiro e EBM nº 888 – extinta no final de ano letivo de 2003/04). A 25 de maio de 2005, é aprovado o Projeto Educativo “Educar na Excelência” que marcou, com as devidas atualizações, o ideário do agrupamento até à agregação no Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.

Por decisão dos órgãos de direção, gestão e administração, em dezembro de 2011, o AVENE passou a designar-se Agrupamento de Escolas de Gualtar (AEG).

Agrupamento de Escolas Carlos Amarante
A 1 de abril de 2013, é constituído o Agrupamento de Escolas Carlos Amarante (AECA) que resulta da agregação do Agrupamento de Escolas de Gualtar com a Escola Secundária Carlos Amarante, levada a cabo no âmbito do processo de reorganização da rede escolar pública do Ministério da Educação e Ciência.
Com sede na Escola Secundária Carlos Amarante, o AECA herda da comunidade envolvente uma imagem de excelência e passa a ser um dos maiores agrupamentos de escolas do país, com uma vasta diversidade de oferta formativa. Com cerca de 3000 alunos matriculados, integra todos os níveis de ensino, desde a educação pré-escolar ao ensino secundário, incluindo o ensino profissional e modalidades de educação de adultos, nomeadamente o ensino recorrente, dado que a ESCA é considerada escola de referência de ensino secundário recorrente (ERESR).
Disperso por uma área geográfica localizada entre o centro urbano (São Victor) e o limite a Este (Pedralva) do concelho de Braga, o Agrupamento de Escolas Carlos Amarante assume, no presente Projeto Educativo, uma grande diversidade de modalidades de educação e formação, no respeito pela sua identidade e pela natureza da área de influência pedagógica que serve, propondo-se:
a) Desenvolver um projeto educativo vertical de serviço público de educação e ensino, desde o pré-escolar ao ensino secundário e à educação de adultos;
b) Assumir-se como um agrupamento de referência na educação e na formação de crianças com espetro de autismo no ensino básico e secundário.

O patrono
Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante (30.10.1748 – 22.01.1815), um notável engenheiro
militar e arquiteto português, era filho de Manuel Ferreira da Cruz Amarante, um músico da Arquidiocese de Braga, e de Maria Josefa Rosa de Almeida.
Carlos Amarante começou por seguir a carreira eclesiástica, interrompendo-a para se casar, aos vinte e três anos, com Luísa Clara Xavier. Formou-se em Engenharia e Arquitetura, o que lhe possibilitou a concretização de algumas obras notáveis.
Morreu em 1815, com 66 anos, e está sepultado na Igreja da Trindade, no Porto.
Principais obras de Carlos Amarante: Bom Jesus (Braga), Igreja do Pópulo (Braga), Igreja do Hospital (Braga), Ponte de São Gonçalo sobre o rio Tâmega (Amarante), Ponte das Barcas (Porto), Reitoria da Universidade do Porto, Igreja da Trindade (Porto), reconstrução das muralhas de Valença, Palácio da Brejoeira (Monção).
O ano de 2015 foi marcado pelas “Comemorações do II Centenário da morte de Carlos
Amarante”, promovidas pela Câmara Municipal de Braga, em cooperação com a Santa Casa da Misericórdia de Braga, a ESCA e a Confraria do Bom Jesus do Monte. Entre 22 e 24 de janeiro, foi desenvolvido um programa cultural diversificado, em reconhecimento do papel do patrono do AECA, no contexto da história e do património local.
Pelo legado arquitetónico e artístico deixado, pela polivalência de competências que desenvolveu ao longo da sua vida e pela excelência e pelo rigor da sua obra, Carlos Amarante afirma-se como figura incontornável da história de Braga, justificando-se o reconhecimento que o agrupamento lhe presta, ao designá-lo como seu patrono e ao estabelecer o dia 22 de janeiro (dia do seu falecimento) como dia do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.