Por decreto régio de 23 de fevereiro de 1889, passou a designar-se Escola Industrial de Braga e, em 1891, recebeu a designação de Escola Industrial Frei Bartolomeu dos Mártires, em homenagem ao Arcebispo Dominicano quinhentista. Supõe-se que, por esta altura, a Escola tenha mudado para as instalações da seiscentista Casa da Torre, atualmente situada no Largo Paulo Orósio.
Era pretensão da Escola incluir o ensino da escrituração comercial, o que viria a ser reconhecido em 1914, com a fundação do Curso Elementar do Comércio (Decreto de 30/6/1914).
Com nova vocação comercial a juntar à anterior, industrial, o número de alunos da Escola Industrial e Comercial Bartolomeu dos Mártires foi aumentando, recebendo, na década de 50, alunos provenientes de todos os concelhos limítrofes de Braga.
Além do Curso de Comércio, distinguiram-se os cursos de “Carpinteiro e Marceneiro” e “Costura e Bordados”. A criação do ensino comercial conduziria ao estabelecimento, em 25 de agosto de 1948, de duas escolas distintas: a Escola Técnica Elementar Bartolomeu dos Mártires e a Escola Industrial e Comercial Carlos Amarante. Ficaram a compartilhar o mesmo espaço, no novo edifício público da rua do Castelo, para onde se tinha transferido, no ano de 1936, a Escola Industrial e Comercial Bartolomeu dos Mártires. Com a reforma de 31 de maio de 1951, as duas escolas voltaram a fundir-se sob a designação de Escola Comercial e Industrial de Braga. Desde a sua transferência para a Rua do Castelo, o funcionamento encontrava-se repartido por dois polos: o da rua do Castelo e o da cangosta dos Congregados, onde a Câmara Municipal de Braga deliberara edificar a nova Escola, em finais de 1880, ficando o projeto inconcluso.
O projeto de construção de uma nova Escola de raiz avançou no ano de 1953 e a inauguração do edifício na atual localização, na Rua da Restauração, ocorreu no mês de maio de 1958.
Inauguradas estas novas instalações, manteve-se em funcionamento a secção do ensino comercial na rua do Castelo. Mais tarde, em 1972, foi criada a Escola Comercial Alberto Sampaio que foi transferida, em 1981, para a atual localização.
Com a unificação do ensino secundário, definida pelo Decreto-Lei nº 80/78, de 27 de abril, a antiga Escola Industrial tomou a designação de Escola Secundária Carlos Amarante.Agrupamento de Escolas de Gualtar
A emergência do conceito de território educativo, no início da década de noventa, introduz, no sistema educativo nacional, uma nova dinâmica organizacional dos estabelecimentos de ensino públicos. Ganha especial dinâmica a associação de estabelecimentos de ensino em torno de um Projeto Educativo comum (regime de autonomia, administração e gestão, instituído pelo Decreto-Lei nº 43/89, de 3 de fevereiro).
Desde 1995, assistimos a formas de trabalho colaborativo entre as EB1 da Lameira e a EB2,3 de Gualtar que, em parceria com outras instituições, se associaram no desenvolvimento de projetos comuns. No entanto, é o “Pacto Instituinte”, aprovado a 14 de maio de 1997, pelo Conselho Pedagógico da EB 2,3 de Gualtar, e subscrito voluntariamente, a 30 de maio do mesmo ano, pelos JI de Bouça e Areias de Baixo e pelas EB1 de Lameira, Igreja, Bela Vista e Pidre, que funda e institui a Associação de Escolas da Nascente do Este (AENE).
A partir do ano letivo de 2000/01, integram a Associação de Escolas da Nascente do Este todas as unidades educativas do ensino público pré-escolar e dos 1º, 2º e 3º ciclos, dependentes do Ministério da Educação, situadas nas freguesias de Gualtar, Este S. Pedro, Este S. Mamede, Crespos, Pousada, Navarra e Santa Lucrécia que, a 7 de julho de 2000, veem nascer o seu Projeto Educativo.
O ano letivo de 2003/04 é marcado por uma nova realidade que determina o fim da Associação de Escolas da Nascente do Este e o início do Agrupamento Vertical de Escolas da Nascente do Este, assumindo a sigla AVENE. Por despacho ministerial, a partir de 1 de setembro de 2003, é redefinido um ordenamento do território educativo do agrupamento, passando a integrar o AVENE todos os estabelecimentos de ensino da rede pública do Ministério da Educação, localizados nas freguesias de Gualtar (JI de Bouça, EB1 Braga nº 27 – Lameira e EB 2,3 de Gualtar – escola sede do AENE), Este S. Pedro (JI Areias de Baixo e EB1 de Braga nº 30), Este S. Mamede (JI de Pidre e EB1 de Pidre), Espinho (EB1/JI do Salgueiral), Pedralva (JI de Gulmeira e EB1 de Codeçosa) e Sobreposta (JI da Igreja, EB1 de Outeiro e EBM nº 888 – extinta no final de ano letivo de 2003/04). A 25 de maio de 2005, é aprovado o Projeto Educativo “Educar na Excelência” que marcou, com as devidas atualizações, o ideário do agrupamento até à agregação no Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.
Por decisão dos órgãos de direção, gestão e administração, em dezembro de 2011, o AVENE passou a designar-se Agrupamento de Escolas de Gualtar (AEG).
Agrupamento de Escolas Carlos Amarante
A 1 de abril de 2013, é constituído o Agrupamento de Escolas Carlos Amarante (AECA) que resulta da agregação do Agrupamento de Escolas de Gualtar com a Escola Secundária Carlos Amarante, levada a cabo no âmbito do processo de reorganização da rede escolar pública do Ministério da Educação e Ciência.
Com sede na Escola Secundária Carlos Amarante, o AECA herda da comunidade envolvente uma imagem de excelência e passa a ser um dos maiores agrupamentos de escolas do país, com uma vasta diversidade de oferta formativa. Com cerca de 3000 alunos matriculados, integra todos os níveis de ensino, desde a educação pré-escolar ao ensino secundário, incluindo o ensino profissional e modalidades de educação de adultos, nomeadamente o ensino recorrente, dado que a ESCA é considerada escola de referência de ensino secundário recorrente (ERESR).
Disperso por uma área geográfica localizada entre o centro urbano (São Victor) e o limite a Este (Pedralva) do concelho de Braga, o Agrupamento de Escolas Carlos Amarante assume, no presente Projeto Educativo, uma grande diversidade de modalidades de educação e formação, no respeito pela sua identidade e pela natureza da área de influência pedagógica que serve, propondo-se:
a) Desenvolver um projeto educativo vertical de serviço público de educação e ensino, desde o pré-escolar ao ensino secundário e à educação de adultos;
b) Assumir-se como um agrupamento de referência na educação e na formação de crianças com espetro de autismo no ensino básico e secundário.
militar e arquiteto português, era filho de Manuel Ferreira da Cruz Amarante, um músico da Arquidiocese de Braga, e de Maria Josefa Rosa de Almeida.
Carlos Amarante começou por seguir a carreira eclesiástica, interrompendo-a para se casar, aos vinte e três anos, com Luísa Clara Xavier. Formou-se em Engenharia e Arquitetura, o que lhe possibilitou a concretização de algumas obras notáveis.
Morreu em 1815, com 66 anos, e está sepultado na Igreja da Trindade, no Porto.
Principais obras de Carlos Amarante: Bom Jesus (Braga), Igreja do Pópulo (Braga), Igreja do Hospital (Braga), Ponte de São Gonçalo sobre o rio Tâmega (Amarante), Ponte das Barcas (Porto), Reitoria da Universidade do Porto, Igreja da Trindade (Porto), reconstrução das muralhas de Valença, Palácio da Brejoeira (Monção).
O ano de 2015 foi marcado pelas “Comemorações do II Centenário da morte de Carlos
Amarante”, promovidas pela Câmara Municipal de Braga, em cooperação com a Santa Casa da Misericórdia de Braga, a ESCA e a Confraria do Bom Jesus do Monte. Entre 22 e 24 de janeiro, foi desenvolvido um programa cultural diversificado, em reconhecimento do papel do patrono do AECA, no contexto da história e do património local.
Pelo legado arquitetónico e artístico deixado, pela polivalência de competências que desenvolveu ao longo da sua vida e pela excelência e pelo rigor da sua obra, Carlos Amarante afirma-se como figura incontornável da história de Braga, justificando-se o reconhecimento que o agrupamento lhe presta, ao designá-lo como seu patrono e ao estabelecer o dia 22 de janeiro (dia do seu falecimento) como dia do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.